O Movimento Douro Litoral (MDL) foi
fundado há alguns anos por um conjunto de pessoas que gostam da política e, não
vivendo dela, a encaram como forma de construir o bem comum.
Entendíamos ser necessário um movimento
cívico não partidário que pugnasse por um conjunto de causas na área ideológica
do pensamento democrata-cristão e conservador, clara e assumidamente não
liberal e não-marxista.
A ética na vida pública, a defesa da
vida, da conceção até à morte, devidamente protegida dos livres arbítrios, a
defesa da família fundada na relação entre um homem e uma mulher, responsável
primeira pela educação dos filhos e socialmente solidária com as gerações
passadas, a manutenção do sistema de saúde universal e não discriminatório na
esfera pública, a criação de círculos uninominais, a regionalização e a defesa
da língua portuguesa, são os princípios que nos unem.
Como seu Presidente, recém-eleito, quero
partilhar algumas reflexões que justificam, nos dias presentes e cada vez mais,
a existência do MDL. Ao mesmo, motivar muitas e muitos para que venham a ser AMIGOS
do MDL.
Os últimos tempos e as últimas semanas
deixam-nos acabrunhados.
À custa da Troika tudo se justifica, sem
razão e sem valor. Ser rico, através de qualquer meio, e ostentá-lo passou a
ser critério. Ser pobre, algo que não pode ser inevitável, passou a ser um
efeito colateral pouco relevante.
A vida económica e financeira
transformou-se em selvajaria organizada, justificada pela ganância e ausência
de regulação eficaz. Os Alves dos Reis multiplicam-se como parasitas vivendo
em verdadeira simbiose com a máquina do Estado.
Renasce
uma nova luta de classes, promovida por quem se reclama de direita, em que um
novo materialismo histórico passou a erigir o mercado como vanguarda
revolucionária, substituta do proletariado.
Portugal encontra-se retalhado pela
exclusão e pelo conflito: dos novos contra os velhos, dos pobres contra os
ricos e dos ricos contra os pobres, dos funcionários públicos contra os outros,
e mais não sei quantos exemplos.
O pagamento de impostos, dever social
geral, passou a ser o destino de alguns, mas a que algumas empresas que prestam
serviços de utilidade geral aos cidadãos se querem eximir, desafiando a
legalidade e a autoridade do Estado.
Os responsáveis pela administração da
justiça aparecem envolvidos em peripécias, que pela incompetência ou pela
corrupção, geram nos criminosos já condenados um sorriso benevolente ou a
pergunta “porquê só eu?”. Pelo meio, surge sempre uma tese de conspiração que
ajuda a desviar as atenções da responsabilidade política.
A educação transforma-se numa batalha
campal, excluindo as responsabilidades das famílias, eliminando a autoridade
dos professores e transformando o processo educativo numa nebulosa mistura “de
aprender a aprender” e de analfabetismo funcional.
A ética na vida pública passou
a ser excecional, de tal modo que comportamentos considerados normais e
adequados em países em que o escrutínio dos políticos é um valor social,
passaram a ser considerados atos de heroísmo.
A representação parlamentar oscila entre
o antagonismo insultuoso e a capacidade de realizar consensos esotéricos,
céleres e oportunistas quando estão, e apenas quando estão em causa, interesses
pessoais.
A culpa, no plano político, é um pai
incógnito, sempre transferida para um qualquer governo anterior, que um dia, à
falta de melhor explicação, será imputada ao fundador da nacionalidade.
A Sociedade Civil que não tem partido,
ou sindicato, ou agremiação patronal, ou dinheiro está a ser excluída da representação
social, cívica e política.
O Estado desagrega-se. Do Estado mínimo, ânsia dos liberais, passamos ao Estado estilhaçado.
Para usar uma expressão recente da
linguagem política, o Sistema está ligado à máquina já apresentando os
estertores de moribundo.
O MDL QUER AJUDAR A CONSTRUIR O PRÓXIMO.
SEJA NOSSO AMIGO